quinta-feira, agosto 23, 2007

"Paixões Indomáveis"

O pensar é um ato experimental executado com pequenas quantidades de energia, do mesmo modo como um general muda pequenas figuras num mapa antes de colocar em movimento suas tropas.

O superego é também o veículo do ideal do ego, pelo qual o ego se avalia, que o estimula, e cuja exigência por uma perfeição sempre maior ele se esforça por cumprir.

O temor ao superego normalmente jamais deve cessar pois, sob a forma de ansiedade moral, é indispensável nas relações sociais, e somente em casos muito raros pode um indivíduo tornar-se independente da sociedade humana.

O superego de uma criança é, com efeito, contruído segundo o modelo não de seus pais, mas do superego de seus pais; os conteúdos que ele encerra são os mesmos, e torna-se veículo da tradição e de todos os julgamentos de valores que dessa forma se transmitam de geração em geração.
Facilmente podem se imaginar que, quando levamos em conta o superego, estamos dando um passo importante para nossa compreensão do comportamento social da humanidade e talvez estejamos dando até mesmo instruções práticas referentes à educação.

Parece provável que o que se conhece da visão materialista da humanidade peque por desprezar esse fator. (...)
A humanidade nunca vive inteiramente no presente.
O passado e a tradição das pessoas vive nas ideologias do superego é só lentamente cede às influência do presente, no sentido de mudanças novas, e, operando através do superego exerce um poderoso papel na vida dos homens, independente de sua situação econômica.

Identificação e escolha objetal são, em grande parte, independentes uma da outra, no entanto, é possível identificar-se com alguém que, por exemplo, foi tomado como objeto sexual e modificar-se segundo esse modelo. Diz-se que a influência sobre o ego motivada pelo objeto sexual ocorre com particular frequencia nas mulheres e é característico da feminilidade.

O sentimento de inferioridade possuí fortes raízes eróticas.
Uma pessoa sente-se inferior se verifica que não é amada.

Há pessoas em cujas vidas se repetem indefinidamente as mesmas reações não corrigidas, em prejuízo delas próprias,
assim como há pessoas que parecem perseguidas por um destino implacável,
embora uma investigação mais atenta nos mostre que tais pessoas, sem se perceberem, causam a si mesmo esse destino.
Em tais casos atribuímos um caráter 'demoníaco' à compulsão à repetição.

A relação do ego para com o id poderia ser comparada com a de um cavaleiro para com seu cavalo. O cavalo provê a energia de locomoção, enquanto o cavaleiro tem o privilégio de decidir o objetivo e de guiar o movimento do poderoso animal. Mas muito frequentemente surge entre o ego e o id a situação, não propriamente ideal, de o cavaleiro só poder guiar o cavalo por onde este quiser ir.

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