segunda-feira, julho 16, 2007

Urgente...

O amor é também o "movimento que conduz um sujeito em direção a outro",
(...), dinâmica conduzida por um objeto,
mas não provocado por esse, já que o outro é a representação que o próprio sujeito ocasiona.

O amor encontra-se, antes de tudo, intrincado no seu objeto e não apenas ligado a ele: o objeto de amor não precede ao amor na sua existência, mas somente tem existência com e pelo amor (Simmel, 1988).

Felicidade e sofrimento não existem como correlação lógica, do mesmo modo que o ódio não corresponde ao contrário do amor: é a indiferença que se constitui no contrário do amor (Simmel, 1988b; Doron & Parot, 1991).

O estado de inquietude que a solidão engendra, de sentir-se incompleto, impulsiona o sujeito na busca do outro que, no entanto,
é paradoxalmente desejado e temido.
Temido porque estranho, misto de necessidade e medo do desconhecido.

Mas é precisamente a falta que possibilita a emergência do desejo.

Desejo que somente se vincula ao que se furta, se nega, se retrai, se recusa.

E no momento em que se realiza um desejo se consome um valor (Moscovici, 1988a).

Do amor e da dor: representações sociais sobre o amor e o sofrimento psíquico
Sheva Maia da Nóbrega1; Érica Palmieri Guimarães Fontes2; Fabíola Maria Souza Macêdo de Paula2