terça-feira, julho 31, 2007

História da Vida Privada- O Prazer da Lembrança

A felicidade pode se conservar viva na memória, e então o imperfeito serve para capitalizar belas lembranças que se irradiam até o presente. Não só é impossível viver o presente, como também, alimentado pela memória, ele pode ser explorado ao máximo, de modo a inscrever no fio do tempo seus momentos felizes e tranformá-los em algo fecundo e duradouro.

O cotidiano, por essência banal, assume um valor positivo se as ninharias que o compõem são convertidas em ritos dotados de uma significação sentimental.

As fotos preservam instantes. Os diários íntimos são também escritos como repositórios de lembranças. Ao escrevê-lo, cria-se uma história para si. Ao inscrever o presente entre o passado e o futuro, estrutura-se uma vida. O presente é o que menos aparece, tranformando-se imediatamente em passado e objeto de referência.