sexta-feira, março 09, 2007

Psicologia e Alienação- Ajustamento

Seus problemas são de adequação a um meio que não tem condições de transformar, suas derrotas ocorrem quando não consegue adaptar-se às circunstâncias; seus triunfos decorrem das modificações de seus interesses de acordo com os estímulos recebidos.

Ora, a solução dos problemas sai, então, do âmbito das relações sociais para centralizar-se no indivíduo cujos sofrimentos são provocados pela incapacidade de adaptação e cujos triunfos são fruto de sua adesão à engrenagem.

O psicólogo norte-americano Charles Aylworth, de Louisville, preocupado com os efeitos da superpopulação e a escassez de habitações e alimentos que previu para o futuro, convencido de que o crescimento demográfico não favorece o desenvolvimento do good will, que o controle da natalidade é uma necessidade da espécie humana para sobreviver (...) quis verificar como seriam as reações de indivíduos obrigados a viver em promiscuidade, com falta de espaço e de alimentos como está previsto que ocorrerá no ano 2000, se a pílula e a esterilização voluntária ou forçada não resolverem esses problemas.

Para realizar a “experiência” psicológica, escolheu 60 voluntários, entre os quais havia rapazes e moças, donas de casa, operários, funcionários e até professores. As “cobaias” foram colocadas em quatro peças contíguas e comunicantes, com uma privada, luzes sempre acesas e alto-falantes que emitiam continuamente ruídos estranhos, dissonantes e extremamente irritantes. A comida era insuficiente mas havia muitas esteiras para dormir no chão, aparelhos de televisão, guitarras elétricas, rádios de pilha e revista sexy.

As conclusões são: as pessoas se irritam, se neurotizam e procuram refugiar-se no próprio núcleo neurótico, escapando por meio do sexo em principalmente, procurando estabelecer o domínio dos mais fortes sobre os mais fracos.


Psicologia e Alienação
Alberto L. Merani