terça-feira, maio 22, 2007

A razão é doentia.

E a razão cultua a identidade, a duração, a realidade, o ser e vemos com preconceito tudo o que não parta do "eu".
Cria-se o conceito de eu.
Cria-se o conceito de causa.

Somos tontos ainda de acreditar em qualquer coisa que seja expressa em palavras.

A "paz da alma" é um empecilho ao crescimento. Evoluímos através do conflito.

Que crime é dizer "o indivíduo deveria ser de tal maneira". O indivíduo é fruto da fatalidade.
Dizer-lhe: muda sua natureza, é pedir para inibirem-se e negarem a si mesmos!

A razão é doentia.

Quem disse que nós somos responsáveis pela nossa vontade?
Procuramos em nossa "consciência" "motivos" para os nossos atos.

Encontramos uma razão para as coisas depois que elas acontecem ou seja, a razão não é a causa, é a consequencia.
As coisas não são produzidas por uma razão, a razão é produzida pelas coisas!

Queremos uma razão para nos sentirmos bem ou mal mas não é a razão que explica a sensação, é a sensação que embasa a invenção da explicação racional.

Não é a memória que causa o fato, é o fato que causa a memória.

A razão reduz o desconhecido ao conhecido.
Alivia, tranquiliza, conforta, dá sentimento de poder e controle.

Nieztsche- Crepúsculo dos Ídolos.