segunda-feira, setembro 24, 2007

Apego

"Ele gosta de coisas que sejam macias e que façam cócegas", disse o morcego.
"Gosta de coisas quentes para segurar em seus braços quando adormece.
Gosta que brinquem com ele.
Gosta de todas essas coisas."


Quando um bebê macaquinho criado com um modelo de pano não lactante se alarma,
ele busca imediatamente esse modelo e agarra-se a ele.
Depois de um tempo, chega até a explorar o objeto que havia o assustado.

Quando um experimento como esse é realizado com um bebê com um modelo "lactante" de arame, o seu comportamento é muito diferente,
ele não busca ao modelo e, ao contrário, fica apavorado e não realiza explorações.

Tanto nesses experimentos como nos ambientes cotidianos,
a estimulação social considerada efizar na promoção de comportamentos de apego
engloba um misto de estimulação visual, auditiva e tátil, e também, usualmente, cinestésica e olfativa.
Assim as questões formuladas são: qual desses modos de interação é indispensável, supondo-se que algum o seja, para que o apego se desenvolva?
E qual é o mais poderoso para esse fim?

Quando o bebê tem mais de uma figura de apego, poderia-se supor que sua ligação com a figura principal fosse fraca e,
inversamente, quando existisse uma ligação com uma única figura, essa seria especialmente intenso (...).

O bebê que mostra apego intenso a uma figura principal é significativamente mais propenso a dirigir seu comportamento social para outras figuras discriminadas,
ao passo que um bebê fracamente apegado pode confinar todo o seu comportamento social
a uma só figura.

Sempre que o objeto "natural" de ligação é inacessível, o comportamento pode passar a ser dirigido para algum objeto substituto.
Embora inanimado, tal objeto parece frequentemente capaz de preencher o papel de uma importante, ainda que subsidiária,
"figura" de apego.

Uma criança com menos de seis meses, esforçava-se muito pouco para ajustar o que diz, ou o modo como diz, às necessidades do ouvinte.
Ela parece supor que todo e qualquer ouvinte tem um conhecimento tão completo quanto ela do contexto e dos protagonistas,
em qualquer incidente que deseja relatar, e que somentes os detalhes que parecem interessantes e são novidades para ela precisam ser descritos.

Consequentemente, sempre que o ouvinte não estiver familiriarizado com o contexto e os personagens, a descrição corre o risco de ser incompreensível.

Como no experimento em que crianças de 3 anos, ao escolher um presente para a mãe, escolhiam um caminhãozinho ao invés de um batom.

Durante o final do primeiro ano, e os segundos e terceiros anos, quando adquire o poderoso e extraordinário dom da linguagem,
a criança atarefa-se na construção de modelos funcionais, de como pode-se esperar que o mundo físico se comporte e cada um interaja com os outros.
Dentro do quadro de referência desses modelos funcionais, a criança avalia sua situação e traça seus planos.

Apego- John Bowlby