segunda-feira, abril 09, 2007

O Espelho e a Máscara- Comunicação

A (Im)possibilidade da Comunicação

O biofísico Heinz vo Foerster é de opinião que a comunicação é impossível, já que duas pessoas são duas atividades nervosas distintas, intransponíveis, logo, um processo irrealizável.

Watzlawick acredita que sem o paradoxo- esse jogo de oposições entre mensagens analógicas e digitais- não é possível haver comunicação: a fala resumiria um jogo enfadonho de regras rígidas e comunicados estilizados, sem alternações nem humor. É pelo paradoxo que se pode constatar que o que realmente define não é o que as pessoas dizem, mas o que elas fazem. Que a realidade, de fato, é algo moldado pelas pessoas e que
não existe apenas uma, mais muitas realidade.

Falar não é necessariamente comunicar, expressa-se linguisticamente remete a outras coisas que não estão no enunciado, ou seja, o campo da linguagem verbal é apenas um setor, uma dimensão (enganosa) da comunicação.

A empatia, a transmissão de sensações, mesmo sem ou além da linguagem é um fenômeno mais complexo do que parece, o que torna a comunicação um conceito muito usado, mas pouco conhecido. Ele se realiza em flashes, em momentos, cenas breves e passageiras, em situações chaves nas quais as condições de co-possibilidade tenham encontrado um síntese favorável.

A comunicação tem na sua forma estruturante
a presença expressiva do estranho e do inexplicável.

Linguagem e mundo são em verdade interdependentes, e não dá pra trabalhar com os dois em separado. O mais importante da língua está, em verdade, fora dela.

O Espelho e a Máscara- Ciro Marcondes Filho