quinta-feira, abril 12, 2007

Não fazer nada

Vivo agonizando.

Se eu falo é porque não tenho força de silenciar mais sobre o que sabemos e que devemos manter em sigilo. Mas quando essa coisa silenciosa e mágica se avoluma demais a gente desrespeita a lei e grita.

Não fazer nada pode ser ainda a solução.

Tenho porém um medo: é que se eu procurar não acharei.

Fui feita para ninguém precisar de mim.

Eu que não tenho sinônimo.
Essencialmente uma contraditória.
O sereno grafismo abstrato.
A banalidade como tema.

Clarice Lispector- Um Sopro de vida.