domingo, agosto 03, 2008

Conhecimento x Mercadoria

Ampliar o setor privado de forma que comprar e vender- numa palavra, a competição- seja a ética dominante da sociedade envolve um conjunto de proposições estreitamente relacionadas. Ela supõe que o auto-interesse e a competitividade sejam as máquinas propulsoras da criatividade.

Naturalmente, diz-se que não se quer privilegiar apenas poucos.
Entretanto, isto é equivalente a dizer que todos tem o direito de escalar o Everest, sem exceção, sendo necessário obviamente ser muito bom em escalar montanhas e ter os recursos institucionais e financeiros para isso.

Uma economia capitalista avançada exige autos níveis de produção técnico/administrativo por causa da competição econômica nacional e internacional e para se tornar mais sofisticadas na maximização de oportunidades de expansão econômica, para o controle cultural e comunicativo e para a racionalização.

Isto se liga com o contínuo crescimento na necessidade de “pesquisa de mercado” e da pesquisa de relações humanas que cada firma exige para aumentar a taxa de acumulação e o controle do local de trabalho.
Tudo isso precisa da produção de informação através de máquinas (e da produção de máquinas cada vez mais eficientes).

Esses produtos- a mercadoria do conhecimento- podem ser não materiais no sentido tradicional do termo, mas não há dúvidas de que eles são produtos economicamente essenciais.

O controle de aspectos principais da ciência e do conhecimento técnico é obtido através do uso do monopólio de patentes e da organização e reorganização da vida universitária (e especificamente de seus currículos e de sua pesquisa).

A luta para obter financiamento para a pesquisa, para edifícios e equipamentos e para novos e melhores programas obrigou a universidade a se adaptar cada vez mais às prioridades das empresas, das fundações, do governo e de outros doadores da elite.
Uma nova união emergiu, na qual o comércio, a indústria e o governo federal são os principais parceiros da universidade.

O que os pós-modernistas esquecem- capital cultural e conhecimento oficial.
Michael W Apple.