domingo, maio 10, 2009

Amor de Mentira.

O amor não é expresso, é café-com-leite.
Meio a meio, pouco a meio.
Alguns preferem o leite; outros, o café.
Por isso, combinam os dois.

Ninguém ama por inteiro.
Eu amo e sou amado por fragmentos.
No início da paixão, mostramos a região predileta: os dons e os dotes.
Nossa parte benigna. Fácil decorar e pôr em prática.

Entendo agora: uma verdade que não se cansa é mentira.
Portanto, amo de verdade e amo de mentira, para não deixar nada sem amar.

Não amo por inteiro. Amo por fases. Por dias. Por horas.
Há incomodações, ódios e resmungos nos intervalos.
Nivelar o amor é aniquilá-lo.
É não admitir que a mulher não é o que espero, nem o que ela espera.
E passar a desconfiar que não amo por aquilo que não preciso mesmo amar.

Amar é suportar também não amar quem mais se ama.

Fabricio Carpinejar.